História
Conheça a história do nosso município que completa 311 anos de história
Publicado em 19/07/2013 10:00 - Atualizado em 12/03/2018 11:13
São José da Lagoa, Presidente Vargas, hoje Nova Era, município com 17.754 habitantes; destes 2.446 na Zona Rural. Típica cidade mineira, com 315 anos: atrai visitantes pelos casarões coloniais; pela beleza barroca da matriz de São José erguida no alto da ladeira; pelas peças históricas do Museu; pela Gruta e Lagoa de São José; pelas fazendas (Vargem a maior delas); pelos pés de jabuticaba nos fundos dos quintais e pelas longas portas de suas casas por onde passa a hospitalidade mineira. A população segue as procissões religiosas; a Banda de Música e as Guardas de Congo de Nossa Senhora do Rosário abrilhantam as festas locais. Assim Nova Era combina a tranqüilidade de uma cidadezinha do interior com os tempos modernos.
O Tempo dos Bandeirantes e da Extração do Ouro
O trabalho corajoso dos bandeirantes se embrenhando pelos sertões a pé, a cavalo, de canoa, enfrentando os índios, as florestas da Mata Atlântica, doenças e animais selvagens desempenhou um papel fundamental na ocupação e ampliação do território do Brasil. Nesse trabalho hostil de descobrir o ouro, os bandeirantes estavam sempre em constantes deslocamentos e assim criaram inúmeros povoados. Para isto, eles tinham a bússola e os rios como referência.
O ouro foi descoberto próximo das cabeceiras dos rios das Velhas e rio Piracicaba, com a chegada ali das primeiras expedições dos bandeirantes paulistas no final do século XVII ( anos 1600) e início do século XVIII (anos 1700) quando foram criados os primeiros arraiais que hoje são as cidades de Mariana, Ouro Preto. Com a chegada de milhares de pessoas de várias partes do mundo, inúmeros grupos de desbravadores passaram a procurar ouro em diferentes ribeirões e rios assim alguns deles começaram a “descer” o Rio Piracicaba a procura de ouro. No início de 1700, são fundados vários arraiais como Catas Altas, Santa Bárbara e outros.
Os primeiros desbravadores, no nosso município, chegaram à margem de uma grande lagoa. Admite-se tenha esse fato ocorrido em 1703 quando foi instalada realmente um primeiro núcleo de mineração, por ocasião da passagem dos bandeirantes paulistas Antônio Dias de Oliveira, dos Irmãos Camargos e da Família Miranda visando o trabalho de exploração do ouro no Rio Piracicaba que ficava próximo do local. Fundaram então um lugarejo e o batizaram de São José da Lagoa, em homenagem ao santo do dia, São José (19 de março).
Os portugueses, nossos colonizadores, tinham por tradição denominar localidades referenciais em suas jornadas com o nome do santo do dia, aliado a uma referencia geográfica, daí a devoção e a denominação São José da Lagoa. (Leia aqui a lenda de como surgiu nosso município)
Como o povo conta a história da cidade que nasceu de uma promessa.
Dois bandeirantes, em exploração das riquezas das Minas Gerais, acabaram por se perder no sertão desconhecido. Um lugar perdido em imensidão .
Cansados de caminhar, a pele ressecada pelo sol quente, os pés calejados pelo chão sem fim, roupas rasgadas pelos espinhos e galhos que impediam-lhes a passagem, lábios secos e corpos cansados.
Totalmente desamparados, com fome e sede, constantemente atacados por insetos, e assustados pelo ruído de animais, por vezes desconhecidos, viam as forças lhes fugirem e pouca perspectiva de salvação .
Entrando em desespero, amparados apenas um no outro , encontraram na fé uma maneira de serem salvos.
Oraram por São José, santo que lhes era conhecido e querido. Pediram forças, vida... e água. Prometeram construir uma cidade, se encontrassem água.
Continuaram andando em meio às orações. De repente, deparam-se em uma clareira, e naquele local, uma bela lagoa de àguas cristalinas. Beberam muita água e ao olharem para a lagoa, viram ali a imagem refletida do santo em oração. Era 19 de Março. A promessa foi cumprida. Nasce São José da Lagoa: arraial, distrito, cidade.
Nasce Nova Era.
O pequeno povoado de São José da Lagoa, que começou com algumas dezenas de habitantes fixos que cuidavam do comércio, garimpo, e outros ofícios, foi eclesiasticamente subordinado a Caeté e, posteriormente, a Santa Bárbara. Em 1750, São José da Lagoa passou a categoria de capela curada ( título oficial dado pela igreja católica a uma vila com determinada importância econômica e populacional), da freguesia de Rio Piracicaba.
Com a descoberta das minas, iniciou-se, efetivamente, o processo de ocupação do interior do Brasil. Proliferam-se os garimpos, a população aumentava, foram surgindo novas plantações e formados os rebanhos de animais (gado e tropas de burro). A criação de animais era importante no transporte de mercadorias entre os arraiais, quase sempre muito distantes uns dos outros.
Em 1720, foi criada a Capitania de Minas Gerais, para melhor fiscalizar a região mineradora. Segundo os historiadores, nenhuma outra região do Brasil Colônia teve um crescimento tão amplo e rápido, nesse período, quanto aquela das Minas.
No auge da febre do ouro, preocupada com a vinda de milhares de forasteiros dos quatro cantos do mundo e principalmente com o contrabando, a Coroa Portuguesa, em 1711, resolveu proibir o embarque de portugueses para o Brasil. Mesmo assim, 20% da população de Portugal se mudou pra cá.
Os historiadores estimam que em 1750 as Minas brasileiras produziram cerca de 50% de todo o ouro do mundo, mas mais de 30% dele era contrabandeado. A única preocupação da Coroa era garantir o quinto (imposto recolhido de 1/5 de todo o ouro produzido, isto é, 20%). Ninguém queria falar sobre uma exploração mais racional do ouro ou de se utilizar melhoria nas técnicas de exploração.
Era o auge da febre do ouro e nosso município teve uma trajetória, lastreada por uma aventura aurífera que perdurou através dos faiscadores até primórdios do século XX.
A existência, ainda hoje, de montões de cascalhos e de canais de captação de água em vários pontos do município são provas evidentes de que a mineração foi o fator preponderante na fixação dos primeiros moradores.
Com o esgotamento do ouro de aluvião, isto é, o ouro do leito e das margens dos rios chegou-se á decadência. Era o fim do ciclo febril do ouro, que durante muito tempo movimentou a economia do Brasil, de Portugal e de vários países da Europa.
Posteriormente, seja por exaustão das minas e dos garimpos ou por excessivo rigor fiscal na tributação do trabalho dos faiscadores e garimpeiros, a primitiva ocupação cedeu lugar à lavoura, surgindo várias fazendas.
O TEMPO DAS FAZENDAS
A ocupação das terras e o crescimento de São José da Lagoa.
A grande expansão da atividade de extração do ouro fez com que a agricultura de pequeno porte também crescesse, uma vez que ela era importante no abastecimento dos povoados que iam surgindo, em torno de várias minas instaladas.
A agricultura se expandiu iniciou-se então a efetiva ocupação das terras com o aparecimento das primeiras grandes fazendas. No auge da fase do ouro, surge por volta de 1715, a primeira grande fazenda da bacia do Rio Piracicaba: a Fazenda do Rio de Peixe.
Ela deu início à formação de inúmeras outras fazendas, através da ocupação de terras pelos descendentes das famílias que ali se estabeleceram. Assim, surgiram nas suas imediações as fazendas das Laranjeiras do Rio de Peixe ( Perdões), Barra do Ribeirão das Cobras, Figueira que, por sua vez, deram origem a dezenas de outras, nas décadas seguintes.
Após cerca de 80 anos de exploração exaustiva, as jazidas de ouro e diamantes das Minas Gerais se esgotaram e a decadência foi inevitável.
A partir daí, as fazendas passaram a desempenhar um papel fundamental na economia da região de Itabira e de São José da Lagoa. Dezenas de novas fazendas surgem, dentre elas cabem destacar: Fazenda da Vargem, Fazenda Mato Dentro, Fazenda da Montanha, Fazenda do Paiva, Fazenda Maquiné, Fazenda Corrientes, Fazenda da Passagem, Fazenda do Engenho, Fazenda Santana, Fazenda Nossa Senhora Aparecida, Fazenda do Porto, Fazenda das Palmeiras, Fazenda Três Barras, Fazenda Boa Vista, Fazenda Córrego Frio, Fazenda Canta Galo, etc.
As fazendas tinham vida própria. Nelas produzia-se de tudo: cereais, café, cana-de-açúcar, rapadura, cachaça, etc. Muitas festas, missas e casamentos eram realizados nas fazendas. No povoado, os fazendeiros e seus parentes compravam sal e querosene e frequentavam as missas.
Lagoa, como era chamado o povoado, tinha dois símbolos fortes: a Igreja Matriz São José da Lagoa e o Rio Piracicaba, ainda hoje testemunha de nossa história.
Assim, o povo de Lagoa ia levando sua vida, fazendo sua história, com seus personagens, hábitos e costumes, alegrias e tristezas. Foi-se formando um tipo de gente, o chamado “Lagoano”, dócil, conservador e muito ligado à terra e à família.
Fatos que tiveram influência Econômica, Social, Política e Cultural no Povoado de São José da Lagoa, hoje Nova Era.
1750, o Arraial São José da Lagoa era capela curada, da freguesia de Rio Piracicaba, depois de ter estado, eclesiasticamente subordinado a Caeté e, posteriormente, a Santa Bárbara.
1754, em 03 de abril de 1754, o Sr. Domingos Francisco doou um terreno para a construção da Igreja Matriz São José , através de escritura pública lavrada em cartório. A escritura faz a referência a uma capela anterior já existente, construída pelos moradores da época. A construção da igreja foi iniciada por volta de 1766, pois a capela existente não comportava mais a população local que havia aumentado muito. Recebeu sua primeira benção em 10 de novembro de 1768, realizada pelo Padre Antônio Pereira Moura Vasconcelos . Seu sino maior data de 1795. O altar-mor é de autoria do escultor e entalhador português Francisco Vieira Servas, da mesma época do Mestre Aleijadinho.
Nos primórdios do Arraial São José da Lagoa, século XVIII, foi introduzido o culto a Nossa Senhora do Rosário. E ainda hoje as Guardas de Congo Nossa Senhora do Rosário são umas das nossas maiores manifestações culturais e religiosa. A mais antiga referencia dessa devoção em Nova Era está na Igreja Matriz São José da Lagoa. Trata-se do retábulo colateral do lado direito (do evangelho), ocupado pela Virgem do Rosário em seu trono, como titular, e ladeada por São Benedito e Santa Efigênia. Era comum as irmandades que não tinham suas próprias capelas construírem seus retábulos em capelas existentes, com direito a sacrário e à realização de suas celebrações litúrgicas.
1830, foi introduzida em São José da Lagoa a técnica de confecção do chapéu da palmeira do indaiá, planta nativa na região. Atividade que perdurou até meados do século XX, com grande importância financeira e social para a comunidade nova-erense. Era uma fonte segura de renda para dezenas de famílias que viviam nas fazendas ou no povoado. Havia inúmeros chapeleiros e chapeleiras conhecidos e respeitados por sua habilidade.
1832, neste ano ainda como capela curada, São José da Lagoa passou a subordinar-se à freguesia de Antônio Dias.
1845, por volta de 1845 foi construída a Fazenda da Vargem. Desde seus primórdios a Fazenda da Vargem teve papel de destaque na história do município. A propriedade manteve durante longos anos uma grande produção agropecuária, cafeeira e de açúcar, movida à mão-de-obra escrava. Em meio aos 10 mil metros quadrados de área ergue-se a monumental casa-sede, com suas numerosas janelas e portas na fachada. Foi tombada como Patrimônio Arquitetônico e Cultural de Nova Era, em março de 2005. É um dos pontos turísticos mais visitados da cidade
1846, foi inaugurada a 1ª Escola Pública oficial no povoado.
Entenda:
Arraial – pequeno povoado.
Capela Curada ou Curato - era um título oficial dado pela igreja católica a um povoado com determinada importância econômica e populacional. No Brasil, a obtenção desse título era fundamental para o desenvolvimento das aglomerações urbanas do interior brasileiro entre os séculos XIX e início do século XX, uma vez que somente se podia criar uma freguesia nos locais onde havia um povoado que contasse com a instalação de uma capela curada.
No Brasil, do período Colonial até a proclamação da República, para que se existisse o reconhecimento oficial de um povoado era necessária autorização integrada dos poderes do Governo e da Igreja. Se existisse uma capela com celebrações realizadas regularmente por um pároco, este local era chamado Capela Curada. Com o aumento do povoado, seus políticos e moradores poderiam solicitar à Assembléia Provincial a criação de uma Freguesia.
Freguesia – distrito (uma divisão administrativa) de uma paróquia.
Paróquia - delimitação territorial de uma diocese sobre a qual prevalece a jurisdição espiritual de um pároco.
Diocese - divisão territorial entregue à administração eclesiástica de um bispo, arcebispo ou patriarca.
1848, o Arraial São José da Lagoa, que era Capela Curada foi elevado à categoria de freguesia, pela Lei Provincial n° 384.
1848, em 09 de outubro de 1848 foi criado a Paróquia São José da Lagoa e o primeiro vigário foi João Álvares Martins da Costa.
1850, o café era umas das mais importantes atividades econômicas do Estado de Minas Gerais, representando quase 50% de suas exportações. O café foi o grande responsável pela geração de receitas para o desenvolvimento de nossa região. Um fazendeiro, Antero Martins da Costa, que era um produtor de café trouxe também reprodutores da raça Nelore e também de suínos para sua fazenda, o que aumentou a produção e o comércio local.
1908, foi inaugurada o Grupo Escolar Desembargador Drumond, na Praça da Matriz, onde se destacou o trabalho exemplar de um de seus diretores, durante décadas: Prof. José Coelho de Lima, mais conhecido por Juquinha Lima.
1916, Inaugurado o sistema de abastecimento de água.
1922, em 10 de junho foi inaugurado o serviço de iluminação pública.
1923, em 11 de agosto a energia elétrica chegou a Matriz São José da Lagoa.
1923, falece Desembargador Drumond. Figura de destaque em São José da Lagoa, João Batista de Carvalho Drumond nasceu em 1840. Formou em Direito em São Paulo e depois ocupou cargo de promotor e Juiz de Direito em várias cidades. Em 1910, chegou ao mais alto posto da magistratura mineira.
1929, foi inaugurada a estrada de rodagem São José da Lagoa –Itabira. Naquela época, São José pertencia a Itabira, que era a maior cidade da região e se firmava como um importante centro educacional.
1903, iniciou-se a construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas.
1932, em 13 de novembro de 1932 foi inaugurada a Estação Ferroviária Desembargador Drumond, no Bairro Baixada do Pimenta.
1936, foi inaugurada a Estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, na sede do distrito de São José da Lagoa, no Bairro da Estação ( Sagrada Família) e no ano de 1937. Tornando-se importante entroncamento ferroviário, pois ligava Vitória a Belo Horizonte e a capital do país, Rio de Janeiro. São José tornou-se um estratégico posto de baldeação de passageiros e de cargas, o que teve grande influência no seu desenvolvimento econômico. Em 1937, a Belgo Mineira, hoje Acelor Mital, inaugurou a sua grande Usina Siderúrgica, o que contribuiu para que uma onde de progresso e crescimento surgisse no povoado, com a construção de pensões, restaurantes, bares, firmas madeireiras, e lojas comerciais principalmente próximo a área da Estação Ferroviária. Um detalhe comprova a importância econômica do povoado naquela época: a presença de 02 agências bancárias.
1938, em 17 de dezembro, pelo Decreto n°148 do Governador Benedito Valadares , o distrito foi emancipado com o nome de Presidente Vargas.
1939, em 01 de janeiro foi nomeado o primeiro Prefeito, o farmacêutico Nelson de Lima Bruzzi, que ficou no cargo até 1944.
1937, em 08 de outubro de 1937 foi fundada a Corporação Musical Euterpe Lagoana.
1940, em 13 de maio, esteve presente na cidade o Presidente da República Getúlio Dorneles Vargas e o Governador de Minas Gerais Benedito Valadares Ribeiro para inaugurar a Ponte de concreto armado sobre o Rio Piracicaba, a Ponte Benedito Valadares.
1942, neste ano, o Governador de Minas mudou o nome de Presidente Vargas. O Governo Estadual acreditava na perspectiva de grande desenvolvimento econômico e social da região. Surgiu assim o nome de Nova Era - Lei 839 de 13 de junho, de 1942 sendo óbvia a influência do poder público na escolha dessas denominações.
1945, ao final da II Guerra Mundial, em 1945, o município de Nova Era se consolidava como um importante entreposto comercial para o transporte ferroviário de minério de ferro, madeira, gado e outras mercadorias. Foram instaladas várias pequenas indústrias (móveis, alimentos), e o seu comércio continuou crescendo, próximo a Estação Ferroviária na Rua do Comércio ( hoje Rua Governador Valadares).
1947, após o fim da Ditadura Vargas e a realização das eleições gerais, tomou posse o primeiro Prefeito eleito de Nova Era, Dr. Leão de Araújo. Foi instalada também a primeira Câmara Municipal seu primeiro Presidente foi o Dr. Joaquim de Assis Lage, médico que prestou relevantes serviços à comunidade nova-erense, por mais de cinquenta anos.
1950, os anos de 1950 marcaram a história de Nova Era, pois a cidade passou por um grande processo de melhoria da sua infra-estrutura urbana: calçamento das ruas, construção de rede de esgotos e de eletricidade, além da abertura de estradas na zona rural. Foram construídos também a Maternidade Nossa Senhora das Graças, o Ginásio Estadual Nossa Senhora de Fátima e o Hospital São José. Estas três importantes obras foram construídas com verbas públicas conseguidas pelo Deputado Padre Pedro Vidigal, do antigo PSD. Político de grande prestígio na região, Pedro Vidigal tinha o apoio do então Governador de Minas Gerais, e depois presidente da República,Juscelino Kubitschek, de quem era amigo.
1951, No ano de 1951, o Governador Juscelino Kubitschek visitou a cidade para inaugurar a Maternidade Nossa Senhora das Graças. Em 1953, ele retornou à cidade para lançar a pedra fundamental da Escola Estadual Nossa Senhora de Fátima ( prédio hoje da Escola Augusta Maciel Vidigal).
1953, em 17 de março de 1953, Nova Era recebeu uma notícia memorável: o IPHAN (Instituto do Patrimônio Hist6rico e Artístico Nacional) fez o tombamento da Igreja da Matriz de São José, que passou a ser considerada oficialmente como um patrimônio do Brasil.
1957, foi inaugurado o Hospital São José de Nova Era, um dos mais modernos da região. Na década de 60, Nova Era já tinha uma das melhores infraestruturas urbanas da região do médio Piracicaba, superada apenas por Itabira.
1964, Nova Era perdeu o distrito de Bela Vista, que se emancipou por meio de decreto do Governador José de Magalhães Pinto, o que trouxe como consequência uma redução de sua população. Neste mesmo ano, os comerciantes de Nova Era tomam uma importante iniciativa para organizar e melhorar o comércio local: a fundação da Associação Comercial.
Como a história de Nova Era está intimamente relacionada ao desenvolvimento da região do Piracicaba, no séc. XX o progresso chega à região e conseqüentemente ao município e 3 fatores ocasionaram esta dinâmica:
- A construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas e da BR 262/381
- A instalação das siderurgias de grande porte: Belgo Mineira, Acesita e Usiminas.
- A instalação da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).
Em meados dos anos 70, um grande empreendimento chegou à região, gerando um impacto muito positivo na economia de Nova Era: a CENIBRA - Celulose Nipo Brasileira, com escritório regional no município.
Nesta época, a nossa principal atividade econômica era a exploração de minério de ferro pela CVRD, hoje Vale, na mina do Piçarrão.onde tinha uma usina de concentração do minério.
A Vale cresceu muito e se consolidou como uma das maiores empresas de mineração do mundo. Deste trabalho participou um novae-rense ilustre, o Dr. Eliezer Batista da Silva, que chegou inclusive a ser seu presidente. Após sua exaustão, a CVRD, hoje Vale, construiu no local a Eletrovale para produção de ferro silício para atender ao mercado interno e externo. Na década de 80, seu controle acionário mudou, passando a mesma a se chamar Nova Era Silicon.
Na década de 80 iniciou-se de maneira informal a exploração de pedras preciosas (esmeraldas, águas marinhas e outros) no garimpo de Capoeirana.
Apesar do seu alto custo social, o garimpo contribui para dinamizar a economia local, necessitando apenas de organização e implantação de cursos que qualifiquem a mão de obra agregando maior valor ao material extraído.
1970, a Secretaria Estadual de Educação instalou em Nova Era a Superintendência Regional de Ensino que contribuiu para a melhoria da qualidade do ensino na região e também para reforçar a posição de Nova Era como uma cidade-pólo, na área de prestação de serviços.
1973, em 17 de dezembro de 1973, o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) fez o tombamento de todo o Conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça da Matriz. Desta forma, toda a Praça, e não apenas a Igreja da Matriz, passou a ser considerada como patrimônio da cultura brasileira. Esta também foi uma conquista da maior importância para a história e tradição da cidade.
1989, um grupo de voluntários, sob a organização da Casa de Cultura, se uniu em prol da restauração da Igreja Matriz de São José da Lagoa, iniciando uma campanha na Festa de São José para aumentar a arrecadação com a confecção de pastéis, denominado posteriormente “Pastel de São José”. Esta campanha foi estendida para todas as quartas-feiras após a missa na Igreja Matriz, onde a comunidade se encontra para um agradável momento de prosa, degustando a deliciosa iguaria. É importante ressaltar que todos os ingredientes para a confecção do Pastel São de José são doados pela comunidade nova-erense, e são preparados há mais de vinte anos por esse grupo de voluntários que se dedica a essa causa magnânima, movido pela fé e consciência de preservação cultural.
1999, No dia 13 de outubro de 1999, a cidade amanheceu tomada por uma surpresa, cessaram de vez o ranger dos trilhos e o buzinaço das locomotivas da Estrada de Ferro que trafegava no trecho central de Nova Era.
2003, em 17 de março de 2003 o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Artístico de Nova Era (COMPHANE) efetuou o Tombamento da Estação Ferroviária, o Conjunto Arquitetônico da Estação Ferroviária de Nova Era do Bairro da Estação (Sagrada Família).
2003, em 27 de março de 2003 foi efetuado o Tombamento do Acervo de Missais do Museu de Arte e História de Nova Era pertencente ao Museu Municipal de Arte e História de Nova Era.
2005, em 15 de março de 2005, foi efetuado o Tombamento da Fazenda da Vargem
2012, em 30 de novembro de 2012, as Guardas de Congo Nossa Senhora do Rosário do Bairro da Estação e da Vila Santa Rosa, foram Registradas como bem cultural imaterial.
2015, em 01 de abril de 2015 foi efetuado o Registro como bem cultural imaterial, da Corporação Musical Euterpe Lagoana.
2016, em 27 de novembro de 2016 foi efetuado o Tombamento da Ponte Benedito Valadares.
Hoje Nova Era vive de algumas indústrias, do comércio, da prestação de serviços, da monocultura de eucalipto, e da pecuária em pequena escala. A sociedade anseia por maiores oportunidades e alternativas, capazes de gerar trabalho principalmente para os jovens, o que importa em maior qualificação, investimentos sócio-econômicos e construção de um novo modelo de empreendimento capaz de gerar renda e oportunidades sem prejudicar o que o nosso pequeno município possui de melhor: sua qualidade de vida.
Alguns dados sobre Nova Era
A cidade é bem estruturada em termos de equipamentos sociais, possuindo 10 escolas públicas e 01 particular de maior porte e 01 particular ( Educação Infantil), 01 biblioteca Pública e a sede de uma Superintendência Regional de Ensino (SRE), da Secretaria Estadual da Educação.
A cidade tem 01 Hospital, além de vários postos médicos e Programas de Saúde da Família bem estruturados. 95,3% das casas da cidade são servidas por água potável e 98,7% por energia elétrica.
Nova Era é sede de Comarca, possuindo um Fórum. A cidade conta com 04 bancos(Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco e CREDIMEP), 01 jornal periódico e 01 Rádio Comunitária e 01 particular e 03 hotéis, além de escritórios da EMATER, IMA, INSS, APSEMG.
As principais economias do município de Nova Era são:
Comércio ;
Prestação de serviços;
Agricultura e pecuária de pequeno e médio porte;
Produção industrial: 01 empresa de médio porte-NOVA ERA SILICON;
Indústrias de pequeno porte
Transporte ferroviário de minério de ferro e passageiros: Vale
Silvicultura(produção de eucalipto): CENIBRA e NOVA ERA SILICON;
Geração de Energia elétrica: UHE-GUILMA-AMORIM, no Rio Piracicaba;
Extração mineral: garimpo de esmeraldas em Capoeirana.
Nova Era conta com um Distrito Industrial que, além de ser dotado de infra-estrutura para a instalação de empreendimentos, possui uma localização geográfica privilegiada. Ele fica junto à BR-381, a 2 KM do centro da cidade de Nova Era e a 3 KM da Estação Ferroviária de Drumond. Além disso, está às margens do Rio Piracicaba, o que facilita a captação de água para uso industrial e a descarga de afluentes (devidamente tratados). Com a duplicação da BR 381 dentro do município e asfaltamento da MG 120, Nova Era - Itabira o CDI ganhará em estrutura e valorização.
Fonte:
Elvécio Eustáquio da Silva
Atlas Escolar 2005
Acervo do Departamento Municipal de Cultura e Turismo
por Comunicação PMNE