Escritores Nova-erenses
Personagens indispensáveis na literatura de nossa cidade
Publicado em 29/10/2013 11:11 - Atualizado em 09/04/2014 13:37
Dr. José Baptista Filho - Natural de São José da Lagoa, hoje Nova Era, Minas Gerais - foi um grande músico e Sócio Fundador do Instituto Mineiro de História da Medicina. Formou-se pela Universidade Federal de Minas Gerais, em 1942. Modesto, por não se ter na conta de "escritor", considerava-se, apenas, um amante da arte literária. Como memorista, traçou a estrada de seu povo e o seguiu, registrando em sua obra "Adeus, São José da Lagoa", todos os passos e vivências, pacientemente, dentro do seu estilo. Trecho por trecho, há uma emoção; palavra por palavra, há uma saudade, evnolvendo umas história de amor à terra e à sua gente, calcada na coragem e aventura - Professora Helena de Araújo.
"Ao escrever Adeus, 'São José da Lagoa', pensei em rememorar fatos reais, descrições de ocorrências rotineiras, um pouco de cada pessoa, de cada coisa ou citações de fatos que aconteceram. Dados pertencentes ao quotidiano no passado de São José da Lagoa, um pedaço deste país grandioso chamado Brasil, incrustado entre montanhas de nossa Minas Gerais". Dr. José Baptista Filho
Fernado Alsandálio- Natural de Nova Era, 1953. De tanto fazer arte, Fernando virou artista: ele é escritor e desenhista. Depois de girar pelo Brasil como barata tonta, resolveu voltar para sua terra, que continua quase tão pequena quanto era quando ele nasceu. Fernado já editou, Logo mais no Umbigo da Banana Split e Psiu, Dona Psi!.
Rita de Cássia Morais-Nascida e criada em Nova Era-MG, encontrou na literatura seu principal caminho de expressão. Autora de poemas, crônicas e contos. Fez oficina literária durante um ano na Pontifícia Universidade Católica (PUC), de Belo Horizonte. Avó de cinco netos, Rita teve quatro filhos (hoje são três filhas) em um casamento de 25 anos com Manoel Moreira Moraes (in memorian) . Rita já editou Baú de Sentimentos e Baú de Segredos.
Maria Tereza Lage Marques
Sumaúma
Maria Tereza Lage Marques
Minha Sumaúma querida
Não fique triste
Nada de mal vai te acontecer
Sou sua amiga vizinha
Quero te proteger.
Você é bonita demais
Fico assim a admirar
Pertence ao meio-ambiente
Temos que preservar.
Se algum dia
Alguém quiser te derrubar
Bata o sino do socorro
Vou correndo te abraçar.
Maria da Glória Martins Felipe - Nasceu em 23 de julho de 1921, em Nova Era, filha de Carlos Augusto Felipe e Maria da Conceição Martins de Andrade Felipe. Cursou o primário no Grupo Escolar "Desembargador Drumond", de Nova Era. Fez o ginásio e o curso de formação de professora em Itabira, no Colégio Estadual de Itabira e no Colégio das Irmãs Nossa Senhora das Dores. Estudou nesses colégios o francês, pintura, bordado e violino. Tocava em Igrejas e festas.Lecionou durante muitos anos no Grupo Escolar Desembargador Drumond e foi transferida para o Padre Vidigal. Foi a pioneira em dar aulas no Curso de Admissão, para entrar no ginásio. Foi auxiliar de diretora muitos anos e depois foi Diretora do Grupo Escolar Padre Vidigal.Trabalhou na Secreataria da Educação de Belo Horizonte, onde aposentou em 1975.
"Ao escrever este livro ( A Realização em Glória) procurei reviver os fatos marcantes da nossa história, que com carinho, nos trazem saudades. Tudo nos faz lembrar, tornando presente, aquele passado distante". Glória Felipe
Olímpia S. Bueno
Nascida Olímpia Soares Alves em 24 de outubro de 1924 na cidade de Nova Era , a Poetisa de Nova Era ainda não usava o sobrenome Bueno, o qual só adotou em 1944 quando se casou com Raimundo Vilar Bueno, também conhecido como Raimundo Bié.
Filha de José Placidino Alves e Maria Soares da Fonseca, a Dona Mariquinha, a menina Olímpia foi criada na Fazenda de Corrêgo Fundo que lhe rendeu muita inspiração em seus poemas de reminiscências.
No Grupo Escolar da Praça da Matriz cursou o primário, vindo a abandonar os estudos em decorrência da falta de acesso gerado pela queda da ponte de madeira, até então o único acesso para o outro lado do rio onde se encontrava a escola.
Do casamento com Raimundo Bié foram 12 filhos, mas, só 10 sobreviveram a infância, mais tarde já adulta veio a falecer Maria a filha mais velha de Olímpia e muito lembrada em sua escrita. Também criou como filha a neta Gabriela a quem sempre se referiu como filha querida.
Somente em 1994 já viúva, Olímpia oficializou o casamento com a escrita, a qual vinha flertando desde a juventude. Deste casamento nasceu seu livro:Saudade, editado por seus filhos, onde escritos de uma vida inteira puderam enfim serem impressos, dando corpo a sentimentos profundos de sua alma.
Poetisa do cotidiano novae-rense, Olímpia era personagem conhecida nas ruas de sua cidade, e sempre dizia que morreria quando não mais pudesse andar por sua Nova Era. Tal qual profetizou, meses após uma fratura de fêmur Olímpia veio a falecer aos 89 anos vítima de complicações respiratórias, deixando muita saudade e um grande vazio de poesia por todas as margens do Rio Piracicaba.
INSPIRAÇÃO
Olímpia S. Bueno
Debruçado na janela
O poeta olha ama
Volvendo o olhar
Vê a beleza da lua.
Sente o poeta mistérios
Vê que está a amar.
E no seu.pensamento
Surge poemas ao luar.
São poesias que saem
Cheio de dor
E canta para a lua
Uma canção de amor.
Do céu caem pétalas
De rosas e jasmim
Sobre o poeta jogadas
São poemas sem fim.
João Gerra- Foi jornalista, professor e bacharel em direito. Nasceu em Nova Era, e trabalhou como profissional de imprensa nos Diários Associados (Diário da Tarde) em Belo Horizonte; no "Estado de São Paulo", em São Paulo, na folha de Londrina e TV Colorado, do Paraná. Iniciou carreira política, candidatando-se a Prefeito de sua cidadee, aos 18 anos, o que lhe valeu uma reportagem na Revista Americana Time-life, que o considerou , na época, o candidato mais jovem do Brasil a um cargo eletivo. Foi Deputado Estadual, empresário. Teve uma atribulada atuação como líder estudantil de 1964 a 1969: foi Presidente da União Colegial do Estado de Minas Gerais, Vice Presidente da União Brasileira de Estudantes, Presidente da União dos Estudantes Pré-Universitários de Minas Gerais w Presidente da Fundação da Casa do Estudante Mineiro. Autor dos LivrosProblemas Educacionais, Vazio Verde e Ante-sala do Poder.
Elvécio Eustáquio da Silva - Novaerense, nasceu em 1945. Desde os 20 anos vem atuando na área cultural. É pintor, artesão e faz pesquisas históricas.Foi um dos responsáveis pela restaução da Igreja Matriz São José da Lagoa e montagem do Museu Municipal de Arte e História de Nova Era na década de 70. Esporadicamente, produz poemas e alguns deles já foram musicados e gravados.
Brindem à vida
Elvécio Eustáquio da Silva
Brindem à vida
Com um cálice de licor de anis.
E, com muito amor,
Viva a morte para o renascer
O princípio do fim.
Com velas acesas brindem
Ao caminho do renascer.
Licores de mil cores
Das mais puras flores
Vamos todos beber.
No mais fino papel de seda
Construam sonhos multicoloridos.
Vamos todos sonhar, cantar, dançar;
Sonhar, cantar, dançar,
Ao toque dos tambores.
Manira Marques Lima - É natural de Santa Rita, São Domingos do Prata. Ex-professora primária. Tem várias poemas publicados em jornais da região. Hoje é comerciante e artista plástica. Vive em Nova Era desde 1982.
ESTRELA DA LAGOA
Manira Marques Peixoto Lima
Encravada entre os montes tantas vezes vistes o sol
se perder no horizonte.
Mãe de mais uma geração, Mesmo de quem não é daqui, Tu cativas o coração.
Mãe de filhos ilustres,
terra de variado tesouro,
em teu solo cintila o ouro.
Cidade tricentenária,
Es da Era de agora,
em teu solo o minério aflora.
Eu queria ser o vento,
que corre entre seus pinheirais, pra sussurrar em cada ouvidol Eu te amo demais
Tens o coração partido
pelo rio que te transpassa, como lágrimas negras,
a escorrer-te na face.
Mas isto em nada te afeta, Cresces forte e imponente, Como jovem adolescente,
o teu corpo se expande.
Nova Era, terra querida
Em teu seio não nasci
Porem, muito te amo,
e faço por ti uma prece:
“Meu São José da Lagoa
proteja esta terra Boa e amiga, Esta cidade querida,
Onde adoro viver”.
Nair Damázio Neto - Nasceu em Nova Era no dia 17 de fevereiro de 1938, na rua João Gualberto, nº35, perto da linha férrea, onde permanece ainda na mesma casa, rua e bairro. Filha única de Joaquim Damazio e D.Alice da Cruz Damazio. Seu pai era ferroviário e sanfoneiro, sua mãe uma doméstica, que era também doméstica e chapeleira. Nair sempre gostou de escrever e ler muito. Nessa vida de escritora, conheceu caminhos, venceu desafios e acha que a vida é uma grande faculdade e que nunca é tarde para recomeçar. É autora dos seguintes livros: A Poetisa da Beira-linha, Lembranças de Nova Era, Nosso Ipê Amarelo, Um pouco da Natureza, Uma Coletânea de seus livros. É compositora.
A maioria destas letras foram criadas na beira-rio, na Cantina Panela Véia, ponto de encontro de artistas.Tem um grande objetivo, não apenas divulgar livros. Descobrir entre os leitores e alunos, mais um poeta. Cada manhã é um novo dia.
SOL E LUA
Nair Damázio Neto
Lua que encanta
Lua que desperta
E que nos doa
O valor da natureza.
Sol que brilha
Que ilumina
Astro-rei, força divina
Que fico a imaginar.
Nunca com a lua
Consegue encontrar
Tenho duas sugestões
Passo para eles avaliar.
O sol atrasa um pouco
Espera a lua chegar
Ou a lua, muda seu horário
De regressar, terminado esse desafio
Conseguem o amor realizar.
João Lenjob- Nasceu em 09 de abril de 1975 e é natural de Juiz de Fora. João Cassemiro Costa Júnior, é conhecido e reconhecido por João Lenjob, auto mesclagem em homenagem aos ídolos John Lenon e Tom Jobim. Autor de milhares de poesias, em seu primeiro livro, O cavalo Livre de Tróia, o escritor compartilha com seus anseios, momentos de depressão e de alegria, apoiado na premissa de que, repetindo Drumond, poeta é o ser que veio ao mundo dar alegria às palavras.Escreveu sua primeira poesia aos 15 anos. João gosta de cultura de massa. Compõe, desenha, escreve e toca, o povo, seus lugares, futebol, Atlético Mineiro, seu time de coração.
Hercília de Araújo - Nasceu em Barbacena. É professora pela Escola Normal Nossa Senhora do Carmo, de Viçosa. Fez o 3º Grau na Faculdade de Educação de João Monlevade. Foi Professora de diversas escolas em Nova Era. Apasentou-se como Diretora da Escola Nossa Senhora de Fátima.
O PADROEIRO E A CIDADE
Hercília Araújo
O rio rolava anônimo e selvagem
Sobre os seixos indiferentes do seu leito.
A montanha coberta de florestas
Pintava o quadro gigante e perfeito.
Somente o íncola palmilhava o chão
Na faina da pesca e da caça,
Nunca olhos civilizados tinham visto o rio, o monte, a terra e a sua graça.
Um dia, ousados bandeirantes,
Que percorriam impávidos, o sertão,
Chegaram ao alto do monte sedentos,
O rosto salmilhado pela exaustão,
Rogam, suplicam ao Todo-Poderoso
Que lhes conceda a graça de achar
A água preciosa, parte de si mesmos,
E perquiriam o chão, o céu, até o ar
Sentiam-se fracos, já não conseguiam
Fazer as suas orações erguidos...
Curvam-se para o chão, olham a terra
Na esperança de serem atendidos!
E, aflitos rezam contritamente
Pedindo auxílio ao grande São José;
E viram então surgir da terra uma lagoa,
Prêmio supremo para tanta fé!
Os séculos rolaram pela rampa do tempo,
Marcaram o surgimento das casas, da capela.
E, como prova de sua assistência continua,
Sáo José foi escolhido padroeiro dela.
Hoje, a cidade sorri, caprichosa.
Vai desde o rio à Ladeira Santa,
Cresce sempre, seu progresso é notório
E seu nome já bem alto se levanta
É Nova Era; já teve outros nomes
Dados pelos departamentos oficiais,
Mas o nome primitivo que a fé lhe deu
Continua vibrando nestas Minas Gerais.
Por isto, nós vos rogamos, celeste carpinteiro
Abençoai Nova Era, pela Nossa fé
É ela a cidade que teve por berço
A lagoa que é de São José.
por Comunicação PMNE